quem sou eu?
meu automistério.
com uma lucidez árida olho para mim,
e o que vejo?
sou um barco à vela!
um barco num oceano imenso,
escuro e agitado
que sofre com as intempéries,
que depende do vento e da sorte
tripulado por uma corja que canta,
briga e amotina-se
de sua sala, o misterioso capitão manda ordens
e eu à mercê de tudo
ao sabor das circunstâncias
dependo dos tripulantes e do capitão
preciso acreditar em sua coragem,
preciso confiar em seus motivos,
nem sempre tão claros
eu sei que eles sofrem de saudade,
e que o capitão perdeu um grande amor
quando a noite cai ele sobe para ver as estrelas,
eu sei que ele sabe o caminho
mas dependo de todos os comandos
para navegar
às vezes, quebra um mastro
às vezes, rasga uma vela
às vezes, não há vento
às vezes, há de mais.
no último motim, morreu um terço da tripulação
às vezes, eles cansam de tanto mar
eu sou um barco à vela.
![]() |
grafite sobre papel |
Você é bom
ResponderExcluirSensacional!!
ResponderExcluirEsse poema e de sua autoria?
ResponderExcluiré sim
Excluir